Escrevo
este texto no final de um fim-de-semana de chuva, numa noite de domingo, em que
a mais nova teima em não adormecer – não
consigo... – diz ela, depois de ter estado parte da tarde a dormir – o que
é coisa rara!
E
quem tem uma grande família sabe que os fins-de-semana não são para descansar,
que são 2 dias de intervalo entre aulas e trabalho. Haja imaginação, boa
vontade e doses de paciência para quebrar a rotina.
A
nossa família não é diferente das outras: há confusão nas gavetas, lápis de cor
espalhados pelo chão e plasticina nos tapetes; há uma mala SOS, lenços e spray
nasal prontos a usar; há avós e tios SOS; há almofadas do sofá que nunca estão
no sofá e brigas entre irmãos por causa daquele brinquedo que esteve anos esquecido
no sótão; há pedidos de desculpa depois das asneiras, tanto dos filhos como dos
pais; há ameaças de “uma semana sem televisão!”
que nem sempre se cumprem; há correrias entre a escola de manhã e o trabalho
que é longe; há correrias entre o trabalho à tarde e a escola que é longe; há
noites sem pregar o olho e dias em que os olhos teimam em fechar; há boletins
de vacinas entre os papéis amarrotados num carro cheio de migalhas e pêlo de
cão; há atropelos nas conversas e palavras que passam à frente; há TPC’s todos
os dias e natação às 2as e 4as; há abraços quentinhos no inverno, colinho, beijos
repenicados e férias de verão com muitas gargalhadas cheias de sol e sal…
Nem
sempre há espaço para a roupa no estendal, à mesa não há espaço para silêncios,
a casa não tem tempo para o vazio e os dias não têm tempo para amuos…
Somos
uma família de quase 6 pessoas – uma menina a dias de nascer – onde uma coisa sabemos
que não pode faltar: AMOR.
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