Hoje sou uma mulher indignada

Ufa, enfim consigo sentar-me e escrever, mas preparem-se porque vem aí uma indignação!

Todos assistimos no Verão à corrida de verdadeira até à Nossa Senhora Milagrosa das Dietas, seja com o apoio do exercício à pressa, seja a recorrer da força de suplementos, pois no resto do ano os outros santos não ajudaram.

Até aqui, tudo bem, é (já) uma tradição.

Mas fico "nas horas" quando tentam catalogar as pessoas - ainda para mais quando é num anúncio - humilhando-as, como se ter pneuzinho fosse um pecado capital.

Provavelmente, já o ouviram na rádio, o anúncio faz publicidade a um produto (ao qual eu não tenho nada contra nem a favor) para eliminar gordura extra.

A propaganda expõe uma pessoa do sexo feminino - à qual vou chamar  Joana - a narrar como conseguiu atingir os objetivos da sua dieta, que estava muito feliz, trálalatrálala... até aqui também tudo bem,  e eis que relata qual foi o "trampolim" que a levou a emagrecer, que é qualquer coisa como "...o João apontou para a minha barriga e disse - Não é meu, pois não?"

Perante esta frase as hipóteses que eu levanto são:

  1. o João é namorado da Joana?
  2. o João é amigo da Joana?
  3. o João conhece a Joana?
Conclusão: o João é parvo e representa todos os "Joões" parvos desse mundo, independentemente de serem maridos, namorados, amigos ou conhecidos, sejam eles homens ou mulheres.

Estarei a exagerar?

E notem, não foi a Joana que olhou para o espelho e viu que precisava de fazer dieta, ou que queria sentir-se bem no SEU corpo, nem o João que a aconselhou a ser mais saudável, foi um estigma social, que é o mostrar o nosso corpo - como realmente é.



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