Fado respirado

Desde sempre achei o fado tristonho e que nada tinha a ver com o meu modo de vida.
Talvez porque não nasci em Lisboa.
Talvez porque não o respirei desde cedo. 
Mas ele já lá estava, a amadurecer. Devagarinho.
Hoje reconheço que a tristeza também tem banda sonora, e encontro no fado, nos meus dias, uma forma de exorcizar alguns dos meus medos.
Mas não é para mim lamento nem desgosto, é saudade pegajosa que fica colada à alma, é melodia que comove e dramatiza como um tango, um escape melódico trauteado com o coração na voz.

Não interessa quem o interpreta, quem toca ou quem canta, interessa quem o respira.

Como disse Pessoa,
"O fado não é alegre nem triste, é um episódio de intervalo. Formou-o a alma portuguesa quando não existia e desejava tudo sem ter força para o desejar."

Perfeito!

carminho canta tom jobim



   

  

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