Hoje o Agosto não acordou azul, com o brilho do sol.
Hoje o dia, por cá, acordou cinza, macilento, pesado e triste.
Fazer o percurso casa-trabalho pela autoestrada ladeada de floresta em chamas, é triste.
Da ponte sobre o Douro não se via a água do rio, mas uma ponte pendurada no fumo dos incêndios, triste.
Abrir a janela do carro e ver as cinzas a (re)pousar nos braços, como um lamento, triste.
Respirar o mesmo vento que encurrala e asfixia, é triste.
Pensar (muito) nas pessoas que combatem o fogo; nas que ficam sem casa; nas que perdem a calma; nas que perdem a alma; nos animais que fogem, que perdem os ninhos, o rumo. É triste.
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