Juju

Eu já só tenho uma avó viva, Júlia - a minha Juju, de quem eu gosto e respeito, que toma conta de mim desde pequena, que é uma amizade com 46 anos de diferença, e como qualquer amiga, também temos as nossas zangas, mas nunca por muito tempo.

Lembro-me da cozinha com cheirinho a torradas com manteiga e de ouvir no rádio o Jogo da Mala ao pequeno almoço; de me acordar a fazer o jogo tolo da "mão morta, mão morta, vai bater aquela porta"; de uma noite de Verão quando tinha 5 anos agarrar-me à minha avó com medo que ela morresse; e sempre que estava sozinha ou chateada em casa dos meus pais, esgueirava-me para casa dos avós.

A minha Juju durante toda a sua vida viajou à volta do mundo, e agora que já não viaja, conta as histórias das suas viagens.

Agora a minha Juju faz um ótimo gelado de framboesa e um folar de carne de chorar por mais; fica-me com os meus meninos de quando em vez, faz-lhes uma canja que eles adoram, tal como adoram lá estar em casa e tal como ela adora recebê-los.

Obrigada minha Juju.


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